Núcleo de pesquisa e de referência à arte dos quadrinhos da FCJA já soma mais de três mil obras

Em 31/10/2024


A Fundação Casa de José Américo (FCJA) terá um núcleo de pesquisa e de referência relacionada à arte dos quadrinhos, com prioridade às obras de quadrinistas produzidas na Paraíba. Em processo de criação, esse núcleo já está com um acervo de mais de três mil quadrinhos doados pelos próprios autores e, em breve, ficará à disposição do público.

“Estamos em contato com os artistas locais para que eles doem exemplares de suas obras, de qualquer época, para compor o acervo desse núcleo. É uma espécie de campanha de doação”, explica Fernando Moura, presidente da FCJA, lembrando que, desde o surgimento do Flama, personagem criado por Deodato Borges, em 1967, a Paraíba protagoniza um dos movimentos mais intensos do universo brasileiro das histórias em quadrinhos (HQs).

“A Paraíba”, enfatiza Fernando Moura, “tem exportado uma configuração artística peculiar, diversificada e perene, de onde despontaram – e despontam – nomes de projeção nacional e internacional, a exemplo de Henrique Magalhães, Mike Deodato, Emir Ribeiro, Shiko, Thaís Gualberto, Cristovam Tadeu e inúmeros outros ilustradores e roteiristas, mantendo e evidenciando nos dias atuais a aptidão paraibana para as artes e o engenho em dividi-las com o mundo”.

E as doações por parte dos artistas têm chegado à FCJA, que nos últimos dias recebeu, por exemplo, exemplares da série produzida pelo paraibano Shiko, que destaca nos quadrinhos as mulheres do cangaço como personagens. São três volumes da série ‘Carniça e a Blindagem Mística’: É Bonito Meu Punhal’ – parte um, ‘A Tutela do Oculto’ – parte dois e ‘A Morte Anda no Mundo’ – parte três.Também foram recebidas revistas didáticas da Turma da Mônica, doadas pela Maurício de Sousa Produções; além de edições e publicações antigas e contemporâneas de ‘Velta’, de Emir Ribeiro, e de ‘Maria’, de Henrique Magalhães.

Para o presidente da instituição, a FCJA está atenta a essa movimentação ainda dispersa.O núcleo de quadrinhos, que está relacionado à GibiZeca, inaugurada recentemente na instituição, “ativa os aspectos culturais, históricos e pedagógicos, através de espaços de estudo e circulação, atuando como articuladora (a GibiZeca) de um movimento crescente”. A GibiZeca e a Vila do ABC, conforme Fernando Moura, ajudam na organização institucional, garantindo o estímulo lúdico e operacional às atuais e futuras gerações.

Outros artistas do segmento dos quadrinhos deverão encaminhar suas doações nos próximos dias, a exemplo de Aurélio Filho, Fábio Alves, Gabriel Jardim, Jack Herbert, Lucas Nóbrega, Mike Deodato, Minna Miná, Murilo Carvalho, Ricardo Jaime, Samuel Gois e Thaís Gualberto.